A Saúde Mental e Espiritual

Os versículos 7 e 8 da 94ª surata O Conforto, ensinam o homem a melhor forma de  preencher o seu tempo livre com coisas benéficas que contribuem para o equilíbrio mental e a sanidade do espírito, pois a inatividade, o descanso excessivo e até o desejo e o gosto de vasculhar as fragilidades dos outros atrofiam as funções cerebrais. Apesar de ainda se saber muito pouco sobre as doenças degenerativas cerebrais, já foi observado que elas atingem menos e em menor intensidade, pessoas que praticam, ao longo da vida, actividades intelectuais intensas.

A leitura, por exemplo, é uma actividade especialmente propícia para exercitar a mente, pois envolve variadas capacidades mentais como a concentração, a memória, o pensamento abstrato, a imaginação etc. Note-se que a primeira ordem contida no Alcorão, na sua primeira revelação foi a de ler; até na 68ª surata “Nun” são destacados os instrumentos que possibilitam a leitura: Nun, pela pena e pelo que com ele escrevem. Entretanto, é inacreditável que os muçulmanos que encontram no Alcorão todo este incentivo, passem 24 horas por dia preocupados com coisas que concorrem para a sua degradação mental e insanidade espiritual, no lugar de cultivarem o amor pelo conhecimento e a cultura de ler!

Outra coisa que ajuda no equilíbrio mental e na saúde espiritual é a busca de uma dimensão espiritual, que pode ser a própria busca de um significado maior para a vida e para o mundo, é uma forma de manter a mente saudável e equilibrada, certa de seus valores e mantem  a nobreza da alma. Funciona também na doença: médicos relatam que doentes que têm ou buscam um envolvimento espiritual reagem melhor aos tratamentos e recebem alta mais cedo. O Alcorão diz:

“Ó fiéis, temei a Allah e crede em Seu Mensageiro. Ele vos concederá dupla porção da Sua misericórdia, dar-vos-á uma luz, com que vos encaminhará e vos perdoará; e Allah é Indulgente, Misericordiosíssimo. 

Portanto, deixe sua mente abrir- se ao prazer legal, e busque-o de forma lícita, isso é um excelente energético para a saúde mental; respeite os seus desejos dentro dos limites traçados pelo Islam e aprenda a gostar daquilo que  sabes fazer melhor e gratifique-se por seus esforços e conquistas, pois dessa forma criarás um círculo virtuoso de bom humor, auto-estima, confiança e equilíbrio mental, pois, a mente sã habita no corpo são.

MAHOMETANO OU MUÇULMANO?

A palavra Islam deriva da raiz árabe “Salam” que significa paz, pureza, submissão, obediência, etc. No sentido, religioso, a palavra significa “Submissão voluntária à vontade de Allah e obediência à sua Lei” A relação entre o sentido original e o religioso da palavra é forte e evidente; só através da submissão voluntária à vontade de Allah e da obediência à sua lei pode desfrutar-se da verdadeira paz e da pureza duradoura.

O Alcorão registou o facto de termos recebido esta denominação directamente do Altíssimo: (Ele vos denominou muçulmanos) isto é, submissos às suas orientações. Portanto, em nenhum ocasião fomos chamados no Alcorão de mometanos. Se a nossa fé fosse classificada de “Maometismo” e se fossemos designados por “maometanos”, tal facto traria implicações gravíssimas.

A primeira delas é a de que a religião Islamica teria o seu nome de um mortal, que é Muhammad, e que ela não é mais do que um outro “ismo”, tal como Judaísmo, Cristianismo, Hinduismo, Marxismo, etc. A segunda, é o facto de os menos esclarecidos sobre o Islam pensarem que os muçulmanos, que eles tratam por maometanos, adoram Muhammad ou crêem nele da mesma maneira como os cristãos que crêem em Jesus, como filho de Deus e a terceira, é a de induzir em erro os incautos e dar-lhes a entender que a religião foi fundada por Muhammad e, portanto, deriva o seu nome do nome do seu fundador.

Em Moçambique, as circunstâncias que ditaram a criação da Comunidade Mahometana no tempo colonial, para servir de local de encontro para os muçulmanos de origem indiana, que migraram para o país, naquela época, em busca de melhores condições de vida; difundir a fé e os ensinamentos islâmicos, parece-nos que não fazem mais sentido na conjuntura actual, pois, aqueles irmãos constituiram famílias e deixaram por cá filhos moçambicanos que não diferem em nada com o resto dos seus irmãos muçulmanos de etnia africana, pelo que a denominação mahometanos fere sobremaneira a identidade de qualquer muçulmano e deixa uma conotação na missão universal do Islam.

A verdade é que o Islam não deriva de algum homem ou lugar; é transcendente, eterna e universal. A sua mensagem destina-se à todos povos do mundo, é a mesma que Allah tinha revelado à muitos profetas anteriores a Muhammad, de varias nações e em épocas diferentes, incluindo Abraão, Ismael, Isaac, David, Moisés e Jesus (a paz esteja com eles). É neste sentido que o Alcorão considera todos estes nobres profetas como muçulmanos e designa as suas religiões por uma única denominação, que é o Islam. Daqui resulta que, no conceito lato, o muçulmano não é exclusivamente adepto de Muhammad, ele também acredita na missão profética de todos profetas enviados por Allah à luz dos ensinamentos e orientações de Muhammad (que a paz esteja com ele).

EVIDÊNCIAS DA PRESENÇA E MANIFESTAÇÃO DIVINAS

A ciência informa-nos que o corpo humano contém cerca de 3 trilhões de células, cada uma das quais contém 80.000 genes. Cada gene simplesmente corresponde a uma frase dizendo a cada célula como ela deve reunir os aminoácidos disponíveis, transformando-os em proteínas essenciais à estrutura e à vida do ser que os possui. 

Decifrar o código genético é saber ler através dos 80 mil genes que compõem o DNA humano; uma tarefa que tem se demonstrado gigantesca e demorada, mesmo para os cientistas de nossa época, equipados com formidáveis computadores. Mas a célula, com sua intrínseca sabedoria concedida por Allah que a criou, lê, entende e segue a mensagem do DNA. No longo código genético de cada DNA, está implícita a programação de um ou mais carácteres hereditários como a cor dos olhos, da pele, dos cabelos, etc.

O fígado humano realiza 220 funções diferentes, todas interligadas e co-relacionandas. A transformação de glicose em glicogênio, e seu armazenamento, dá-se nas células hepáticas. Ligada a este processo, há a regulação e a organização de proteínas e gorduras em estruturas químicas utilizáveis pelo organismo. O ouvido humano capta sons, amplifica-os e finalmente os transforma em impulsos nervosos que por sua vez são transmitidos ao cérebro para serem descodificados.

O olho humano é composto por um sistema sensível às mudanças de luz, capaz de transformá-las em impulsos elétricos e enviá-los ao cérebro. O diâmetro da pupila varia, controlando a quantidade de luz que chega até a retina. O cristalino funciona como uma lente flexível e transparente, que serve para tornar as imagens nítidas. Sua elasticidade permite-lhe mudar de forma para focalizar objectos situados a diferentes distâncias. As imagens captadas pelos olhos ficam de "ponta-cabeça",  mas existe um mecanismo que as inverte antes de enviar ao cérebro.

O Sistema Imunológico (para a defesa do corpo) é extremamente sofisticado e possui células altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, outras só atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam substâncias liberadas pelos “inimigos”.

Dentro de nosso cérebro, uma gigantesca "galáxia" com centenas de milhões de pequenas células nervosas (os neurônios) comunicam-se umas com as outras através de impulsos eletroquímicos para produzir funções mentais e físicas, sem as quais não seria possível expressarmos toda a nossa riqueza interna e nem perceber o nosso mundo externo, como o som, cheiro, sabor, e luz. A nossa capacidade de memória é considerada muito superior ao mais sofisticado dos computadores.

Diante destas e de outras tantas evidências que demonstram claramente que este universo tem um Criador e que o ser humano, a criatura que ocupa o topo na escala da criação, foi destacado para servir como elo de ligação entre Allah e suas criaturas, o crente curva-se humildemente em obediência e submissão à Vontade Divina, ciente de que não foi colocado na terra senão por um propósito muito mais nobre e importante do que a peleja diária atraz do pão, peleja essa que consome toda a vida da imensa maioria dos homens.

“Acaso julgais que vos criamos sem propósito algum e que para Nós não retornareis? Exaltado seja Allah o verdadeiro Soberano, não há outros deus além D’ele, o Senhor do Onrado Trono. Aquele que invocar com Allah outro deus, sem que para isso tenha argumento válido, o seu julgamento será diante de seu Senhor. Na verdade, os incrédulos jamais prosperarão”. Alcorão.