A palavra Islam deriva da raiz árabe “Salam” que significa paz, pureza, submissão, obediência, etc. No sentido, religioso, a palavra significa “Submissão voluntária à vontade de Allah e obediência à sua Lei” A relação entre o sentido original e o religioso da palavra é forte e evidente; só através da submissão voluntária à vontade de Allah e da obediência à sua lei pode desfrutar-se da verdadeira paz e da pureza duradoura.
O Alcorão registou o facto de termos recebido esta denominação directamente do Altíssimo: (Ele vos denominou muçulmanos) isto é, submissos às suas orientações. Portanto, em nenhum ocasião fomos chamados no Alcorão de mometanos. Se a nossa fé fosse classificada de “Maometismo” e se fossemos designados por “maometanos”, tal facto traria implicações gravíssimas.
A primeira delas é a de que a religião Islamica teria o seu nome de um mortal, que é Muhammad, e que ela não é mais do que um outro “ismo”, tal como Judaísmo, Cristianismo, Hinduismo, Marxismo, etc. A segunda, é o facto de os menos esclarecidos sobre o Islam pensarem que os muçulmanos, que eles tratam por maometanos, adoram Muhammad ou crêem nele da mesma maneira como os cristãos que crêem em Jesus, como filho de Deus e a terceira, é a de induzir em erro os incautos e dar-lhes a entender que a religião foi fundada por Muhammad e, portanto, deriva o seu nome do nome do seu fundador.
Em Moçambique, as circunstâncias que ditaram a criação da Comunidade Mahometana no tempo colonial, para servir de local de encontro para os muçulmanos de origem indiana, que migraram para o país, naquela época, em busca de melhores condições de vida; difundir a fé e os ensinamentos islâmicos, parece-nos que não fazem mais sentido na conjuntura actual, pois, aqueles irmãos constituiram famílias e deixaram por cá filhos moçambicanos que não diferem em nada com o resto dos seus irmãos muçulmanos de etnia africana, pelo que a denominação mahometanos fere sobremaneira a identidade de qualquer muçulmano e deixa uma conotação na missão universal do Islam.
A verdade é que o Islam não deriva de algum homem ou lugar; é transcendente, eterna e universal. A sua mensagem destina-se à todos povos do mundo, é a mesma que Allah tinha revelado à muitos profetas anteriores a Muhammad, de varias nações e em épocas diferentes, incluindo Abraão, Ismael, Isaac, David, Moisés e Jesus (a paz esteja com eles). É neste sentido que o Alcorão considera todos estes nobres profetas como muçulmanos e designa as suas religiões por uma única denominação, que é o Islam. Daqui resulta que, no conceito lato, o muçulmano não é exclusivamente adepto de Muhammad, ele também acredita na missão profética de todos profetas enviados por Allah à luz dos ensinamentos e orientações de Muhammad (que a paz esteja com ele).
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